quarta-feira, 29 de abril de 2009

just wake up

Ás vezes eu só queria realmente pensar em algo útil. Algo que me tirasse dessa rotina. Ás vezes eu só queria conhecer uma pessoa que não gritasse comigo, alguém que me mostrasse onde está à saída de emergência. A porta que me tirasse desse inferno. Ás vezes eu só queria não me importar quando digo que não me importo. Não correr atrás. Ás vezes eu desejo não ter amigos, não ter família, ou nunca ter nascido. Ás vezes eu só queria não ter medo quando falo isso. Ás vezes eu só queria que meu pai me desse atenção, que ele me desse parabéns no dia do meu aniversário, ou quando eu tirasse 8,0 na prova de matemática. 

Talvez eu nunca consiga sair desse inferno, ou talvez ele acabe comigo de uma vez. Talvez dar valor demais e correr atrás de pessoas que não se importam comigo seja a minha essência. A minha verdadeira essência, aquela que eu pensei nunca ter. Talvez ouvir os gritos melhore o meu ato de argumentar em público. Ou talvez eu me torne apenas uma mal educada por falar alto. Talvez meu pai nem saiba que é meu pai. 

... é, pequenos mesmo não são os meus sonhos; talvez seja o meu despertador, que até agora não me fez acordar.

terça-feira, 28 de abril de 2009

teoria

Peter Pan não era como os outros meninos. Mas, finalmente, estava com medo. Um calafrio o percorreu, como um arrepio que passa por cima do mar. Mas no mar vem sempre um arrepio depois do outro, até que eles são centenas. Peter só sentiu um. No momento seguinte, já estava de pé outra vez em cima da pedra, com seu sorriso de sempre e um tambor batendo dentro do peito. E dizia para si mesmo:

- Morrer será uma grande aventura (...)



segunda-feira, 27 de abril de 2009

do u believe in life after the love end?


Isso está acabando com os meus instintos, meus neurônios gritam, meu cérebro está com cede. E eu estou morrendo. Eu só preciso de uma dose, uma única dose. A base do meu sossego desapareceu, ou será que eu perdi? Meu órgão central pulsa dor, ameaça sair do meu peito. Talvez eu mesma queira arrancar ele daqui. Cadê a minha dose? Eu necessito. Irei ao hospital e falarei que preciso de um transplante de coração, ou que irei doar um rim. Talvez a dor passe mais um pouco depois da anestesia. Quando eu finalmente receber alta, me disfarçarei de enfermeira e roubarei do laboratório uma quantidade exata para mais ou menos 1 ano. 

Um ano se passou, o meu plano não deu muito certo, a vida me preparou coisa melhor. Mais ainda penso em doar órgãos. Quando meu coração pulsou forte naquele dia, eu corri, me descabelei, e matei algumas células do meu corpo. Meu coração estava doendo, quer dizer, meu cérebro ordenava que ele doesse, que ele me arrebentasse, que ele acabasse de uma vez comigo. Mas não acabou. Não como eu queria que acabasse. Eu precisava da anestesia, eu precisava parar com aquelas turbulências no meu corpo, eu precisava estar estável e neutra.Eu precisava não amar, não chorar, não viver. Eu precisava da dose certa, e aquele era o momento certo. Queria ser anestesiada com a maior dose possível, depois seria congelada e jogada no tempo. Quando o homem finalmente exterminasse todo o amor no mundo, eu voltaria e viveria em paz. Mas acordei e fui descongelada antes do tempo, eu abri os olhos e me perguntei: eu acredito mesmo em vida depois que o amor acaba? Percebi que a anestesia era passageira, e como os fogos de artifício, ela acabaria muito rápido. Ela não acabaria com a minha dor e nem meus sentimentos. Me conformei. Agora a única dose que eu preciso é o amor.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

again

E ele estava ali de novo. Mas desta vez, não veio para brincar. Estava disposto. Estava tudo programado. Estava tudo bem. Ia dar certo. Tinha que dar certo. Eram nove horas da noite quando olhara o céu pela última vez, as estrelas estavam mais faiscantes do que nunca. Riu para si mesmo. Um sorriso bobo. Pequeno. Mas muito significante. Sincero.
Então entrou no carro. Eram apenas três palavras. Mas ele não cansava de repetir. Repetia, repetia, repetia. Suas mãos estavam tremulas. O nervosismo o tomava de conta.
Era ela. Ela era sua garota. Não queria magoá-la. Não de novo.
Teria ficado em transe por uns segundos. Mas depois despertou. Ele estava atrasado. Afinal, eram nove e meia. Faltavam apenas 30 minutos pra ela partir.
Para sempre.
O transito estava um caos. Pensava em nunca mais vê-la. Isso o desmoronava por dentro. Não. Ele ia ter ela de novo. Nem que fosse por cinco minutos.
Então finalmente chegou. O Aeroporto estava lotado. Afinal era NY. Novidade seria se não estivesse.
Procurou por todos os lados. Achou. Sorriu.
Agora só dependia dele. Aproximou-se. Sentou ao seu lado. Por um momento ela não acreditou. Mas já esperava por isso. Seu coração palpitava. Não só o dela, o dele também, pode ter certeza.
Fitando-o falou: - Então você veio. O que você quer? – Não queria ser tão grossa, mas necessitava.
- Julie. Você sabe muito bem porque vim.


Find me here,
And speak to me
I want to feel you
I need to hear you
You are the light
That's leading me to the place
Where I find peace.. again



- Não sei. Não pretendo saber. Tenho que ir, estou atrasada. – Então ele pressentiu. Era a hora. O momento certo. A interrompeu.
- Desculpa por ser tão frio.


You are the strength
That keeps me walking
You are the hope
That keeps me trusting
You are the life
To my soul
You are my purpose
You're everything


- Aquele dia. Bom. Julie. Você me disse adeus. Estava sorrindo. Mas eu chorei. Estava tudo inconstante.
- O que você quer dizer? Mentiu por medo?
- Eu te amo.

Então uma onda de silencio surgiu. Julie não pode evitar. As lagrimas já tinham molhado toda a sua face. E Nicholas, bom, ele não se conteu, abraçou aquela mulher, a sua garota. Os dois se olharam ..